Em 1996 foi criado o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído pelo Center for Hearing and Comunication dos EUA. A preocupação com o ruído é destacada pela OMS. Segundo ela, a poluição sonora é o segundo maior agente de poluição ambiental, depois da poluição do ar. A exposição aos ruídos de diversas naturezas, em excesso e de forma contínua ao longo da vida, podem ocasionar danos não somente a saúde auditiva dos indivíduos mas, também, estar relacionada ao desenvolvimento de uma série de doenças cardiovasculares, distúrbios do sono, pressão alta, estresse, irritabilidade, ansiedade, agressividade; afetando a capacidade de concentração, aprendizado, produtividade, descanso e interferindo, consequentemente, na qualidade de vida como um todo.
A solução para esse problema está no planejamento urbano, que deve garantir níveis sonoros adequados em cada região da cidade e em cuidados nos projetos dos edifícios de forma a garantir o isolamento acústico necessário para que a ação de um não interfira na privacidade de vizinhos.
Desde 2014 a Proacústica, associação brasileira de empresas que atuam na área, aderiu ao movimento. De lá pra cá, várias ações foram feitas em São Paulo com intuito de chamar atenção para o quão esse ruído a que estamos expostos são prejudiciais e consequentemente conscientizar as pessoas. As ações culminam em 60 segundos de silêncio. O Dia Internacional de Conscientização do Ruído acontecerá em 24 de abril de 2019 em todo mundo e em São Paulo será no emblemático Minhocão. Será lançado o Mapa de Ruído de São Paulo e um passeio ciclístico com o tema #voltadosilencio. Às 21:29hs acontecerão os 60 segundos de silêncio.
Nos anos anteriores outras ações de grande repercussão também ocorreram. Em 2018 o Edifício da FIESP na Avenida Paulista recebeu uma projeção em LED do DECIBETO, um boneco que ficou ao longo do dia em gestos de incômodo de acordo com os níveis sonoros que aconteciam na avenida.
Em 2017 o INAD teve como ponto alto a intervenção no monumento às bandeiras, um dos monumentos mais expressivos e reconhecidos da cidade de São Paulo, localizado na região do Ibirapuera, onde convivem indivíduos em busca de refúgio, a prática do esporte e convivência no parque versus um tráfego intenso que gera ruído excessivo além de muitas manifestações.
As cabeças dos personagens humanos e cavalos da escultura receberam adereços de “Fones de Ouvido” na cor amarela, numa figura de linguagem e expressão cujo gesto representa um sinal de alerta e basta ao ruído excessivo em prol do silêncio!
Nos anos anteriores o evento focou em uma programação de palestras técnicas. Mas o que se tem como certo hoje, é que a exigência de controle de ruído só terá sucesso se o público em geral se conscientizar de que tem direito ao silêncio e que o ruído afeta diretamente a sua saúde.
No Vale do Aço convivemos com conflitos de ruídos ligados aos grandes equipamentos como as indústrias, a linha férrea, que corta o Vale de ponta a ponta permeando área residenciais, além de casas noturnas, bares e restaurantes em áreas residenciais. A preocupação aumenta com o tráfego cada vez mais intenso de veículos e o adensamento de edifícios residenciais em áreas comerciais.
Por aqui o trabalho da Sense Acústica é dessa conscientização sempre. Assim, recebi a fonoaudióloga Luciana Ulhôa que trouxe informações assertivas sobre o efeito do ruído no ser humano.